martes, 4 de diciembre de 2012

Começa no Rio julgamento de policial acusado de matar juíza Patrícia Acioli



Começou às 8h50 desta terça-feira (4), no 3º Tribunal do Júri do Fórum de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, o primeiro julgamento do caso da morte da juíza Patrícia Acioli. O acusado a sentar no banco dos réus é o cabo da Polícia Militar, Sérgio Costa Junior, que confessou o crime. A magistrada foi assassinada com 21 tiros em agosto de 2011, quando chegava em casa, em Piratininga, Niterói.

O depoimento de Sérgio contribuiu para que a Divisão de Homicídios (DH) chegasse aos demais envolvidos e elucidasse o caso. Beneficiado pela delação premiada, Sérgio é julgado separadamente dos outros dez réus. Eles vão responder pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha.

A audiência é presidida pelo juiz Peterson Barroso Simão, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, que começou o julgamento com o sorteio de sete entre os 25 jurados presentes.



titular da DH na época do crime e responsável pelas investigações sobre a morte da juíza.

Segundo Ettore, parte dos tiros que atingiram a juíza foi de arma com o mesmo calibre que havia sido distribuído ao 7° BPM (São Gonçalo). "A partir daí a investigação foi direcionada para lá. Verificamos que a juíza havia decretado, horas antes de sua morte, a prisão de oito integrantes do GAT desse mesmo batalhão”, explicou.

Sobre o crime de formação de quadrilha, o delegado disse que durante as investigações foi constatado que o grupo recebia dinheiro de criminosos da região. “Armas, dinheiro e drogas que ficavam com os policiais eram revendidas para uma quadrilha ou para quadrilha rival. Não raras vezes, eles sequestravam criminosos para cobra resgate”, afirmou Ettore, destacando que os policiais do GAT chegavam a arrecadar R$ 12 mil por semana com criminosos.

Ao ser questionado pelo defensor público Jorge Alexandre de Castro Mesquita sobre a reação de Sérgio ao fazer a delação premiada, o delegado disse que o réu demonstrou estar arrependido. “Sérgio narrou que chorou muito depois do crime, disse que se pudesse voltar atrás não teria cometido o crime. Ele demonstrou e pareceu realmente estar arrependido”, concluiu Etori após cerca de uma hora de depoimento.

A advogada Ana Cláudia Abreu Lourenço foi a segunda testemunha de acusação, e começou a ser ouvida às 10h15. Ela era advogada de alguns suspeitos da morte do menor em São Gonçalo. Sobre a participação de Sérgio do crime, ela disse que sabia que ele teria sido autor dos disparos. “Segundo o Jeferson, ele teria matado a doutora Patrícia a pedido do comandante Cláudio”.

Após um intervalo de 5 minutos, o juiz retomou a sessão por volta das 10h50 e começou a ouvir a primeira testemunha de defesa, o coronel da Polícia Militar Amaury Simões. A terceira testemunha de acusação prevista foi dispensada.

'Tenho esperança', diz irmã
A mãe da juíza, Marli Lourival Acioli, e a irmã, Simone Lourival Acioli, chegaram às 7h50, confiantes na condenação. “Tenho esperança que todos eles sejam julgados e condenados. Se eles acharem que podem ficar impunes, é uma ameaça para a Justiça do país. Qualquer outro juiz que tenha que enfrenta-los terá medo. E que não fique só nos peixes pequenos, que vá até o mandante, que chegue até o tenente-coronel", disse Simone, em referência a Cláudio Oliveira, na época comandante do batalhão de São Gonçalo (7º) — cidade onde Patrícia atuava como juíza criminal —, suspeito de participação no crime.

Simone também questionou a nomeação do tenente-coronel Paulo Henrique Azevedo de Moraes para a Secretaria de Segurança de Niterói. Na época do assassinato, ele teria sido responsável por decidir sobre os pedidos de escolta da juíza. “A família ficou muito indignada com a nomeação. Ele negou duas vezes o pedido de escolta para a minha irmã.”

0 comentarios:

Publicar un comentario